Pais e responsáveis

Aos pais e/ou responsáveis:

É isso mesmo! E queremos explicar como essa atividade, que pode parecer apenas uma brincadeira sem relação com o aprendizado, é, na verdade, uma poderosa ferramenta pedagógica que está sendo aplicada na escola com muito cuidado e intencionalidade.

É comum que surjam perguntas como: “Mas o que isso tem a ver com a educação?” ou “De que forma isso vai ajudar no português?”. A resposta é um animador “sim, ajuda e muito!”  e vamos contar exatamente o porquê.

Nosso projeto parte da ideia de que a criação de línguas artificiais (como aquelas que vemos em filmes, séries ou livros de fantasia e ficção científica) pode servir como uma porta de entrada criativa para o pensamento científico e linguístico, pois, ao invés de simplesmente memorizar regras prontas de gramática, as crianças são desafiadas a pensar como linguistas: inventam palavras, elaboram regras próprias para formar frases e descobrem, na prática, como a comunicação é estruturada e utilizada. Essa abordagem transforma a língua em um objeto de investigação e reflexão, despertando a curiosidade e o interesse dos alunos.

Essa atividade vai muito além de uma simples diversão. Ela contribui diretamente para o desenvolvimento de competências essenciais para a formação acadêmica e pessoal:

• Aprimora o entendimento do Português: para inventar uma nova língua, a criança precisa observar e analisar como funciona a sua própria língua materna. É um aprendizado por “engenharia reversa”, em que a gramática deixa de ser abstrata e passa a ter sentido concreto.
  
• Estimula o raciocínio lógico e a criatividade: criar uma língua exige organização, planejamento e imaginação. Nesse processo, seu filho exercita tanto a lógica quanto a capacidade de pensar “fora da caixa”.
  
• Desenvolve o pensamento científico: a atividade incentiva a formular hipóteses (“E se minha língua tiver uma ordem diferente?”), testar possibilidades e chegar a conclusões – habilidades que são fundamentais para qualquer área do conhecimento.
  
• Fortalece a autoestima e a autonomia: ver uma criação própria ganhar forma e vida é uma experiência única, que gera orgulho, motivação e confiança.
  
  

Sim, totalmente. O projeto não é improvisado, mas sim desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e se fundamenta em estudos nacionais e internacionais que comprovam a eficácia dessa metodologia (Adger; van Urk, 2020; Girardi, 2020, 2025; Honda; O’Neil, 2007; Honda; O’Neil; Pippin, 2010; Ilari; Basso, 2017; Pearson, 2020; Punske; Sanders; Fountain, 2020; Sanders, 2020). Além disso, toda a prática é supervisionada pelos professores da escola e segue um planejamento cuidadoso, garantindo que o caráter educativo esteja presente em cada etapa.

O apoio da família é essencial para potencializar essa experiência. Você pode:

• Perguntar sobre a língua que seu filho ou sua filha está criando;
  
• Pedir para aprender algumas palavras inventadas;
  
• Mostrar curiosidade e entusiasmo diante das descobertas.
  

Esse tipo de incentivo fortalece o aprendizado, reforça os vínculos afetivos e aumenta a motivação da criança.

Porque entendemos que educação inovadora é aquela que vai além do ensino tradicional e prepara os alunos para os desafios do futuro. Ao estimular a criatividade, o pensamento crítico e a curiosidade científica, formamos cidadãos mais preparados, reflexivos e confiantes.

Inventar uma língua não é apenas brincar com palavras: é aprender a pensar sobre a própria linguagem, sobre o mundo e sobre si mesmo. É essa jornada instigante que convidamos você e sua família a trilhar conosco.